sexta-feira, 17 de abril de 2020

TITO E AS FORMIGAS


Era uma vez um menino chamado Tito que morava em uma terra muito distante junto de sua mãe.  O garotinho tinha 9 anos de idade e era muito implicante, vivia dizendo que formigas eram animaizinhos desprezíveis e que um dia ele iria acabar com todas elas. E  isso ele deixava bem claro para todo mundo que o conhecia.
Tito tinha uma mãe muito amorosa que sempre dizia que as formigas, apesar de serem animais muito pequeninos, também tinham suas famílias.  Sendo assim, o menino precisaria pensar duas vezes antes de maltratar um animalzinho tão frágil, não é mesmo? Não. Tito não dava ouvidos para o que sua mãe falava.
Certa noite, enquanto comia uma deliciosa fatia do pão que sua mãe fizera, Tito ficou muito inconformado porque viu uma pequena formiguinha carregando algumas migalhas do pão que ele deixara cair sobre a mesa. Para ele, a formiguinha estava se apropriando de algo que não era dela.
Quando foi dormir, Tito subiu as escadas resmungando:
__Formiguinha abusada! Veio roubar o meu pão. Juro que se eu pudesse ficar bem pequeno, iria visitar a casa dessa formiga e dizer-lhe umas verdades.
Então, enquanto Tito dormia, veio sobre ele um poder sobrenatural que até hoje não se sabe sua origem, encolhendo o menino ao tamanho exato da formiguinha. Quando acordou, o menino viu-se muito pequeno em relação a tudo o que havia a sua volta. Era tudo muito grande, tão grande que o seu travesseiro parecia com as montanhas que ele via pela janela. O tapete de veludo do seu quarto era imenso,  como um oceano de pelos.
Então, muito assustado, Tito escalou sua cama, descendo pela ponta do lençol, indo parar próximo ao criado-mudo. Foi então que ele começou a gritar:
__Socorro, mamãe! Socorro!
Mas os gritos de Tito eram muito fraquinhos e sua mãe não  podia ouvi-los, pois da mesma forma que o menino havia encolhido, sua voz também havia ficado fraca.
 Nessa hora, eis que surge uma aranha muito traiçoeira chamada Elvira  e pergunta ao garoto:
 __Você não é aquele menininho esperto que sempre toma café sentado naquele sofá, perto da estante?  Olha, eu te acho um garotinho muito esperto, sabia?
O menino achou aquilo tudo muito bom, afinal conseguiu fazer amizade com uma aranha e ainda receber elogios dela. E foi com um elogio aqui, outro agrado ali que aranha foi conquistando o garoto. Mas que pena! Mal sabia ele dos planos maléficos de Elvira, ela queria mesmo era devorá-lo.
 Ao ver-se sozinho, Tito aceitou o convite da aranha para visitar a teia que ela acabara de construir. A teia ficava próximo a uma chaminé  de um fogão à lenha. Ao chegar à teia, a aranha falou ao menino:
__Olha, você pode deitar aqui na minha teia, eu deixo!  Se quiser, poderá até tirar um cochilo.
O menino deitou na teia  todo animado. Mas, de repente, ele notou que seu corpo estava grudando na teia, com uma espécie de cola. Quanto mais ele se mexia, mais grudava naquela coisa embaraçosa e gosmenta. Então, já desesperado,  Tito gritou, esperneou e tentou de tudo que era jeito sair daquela armadilha, mas nada adiantou. A teia havia sido bem preparada e não seria fácil sair dali sem a ajuda de alguém.
De repente, a aranha aparece cantarolando com garfo, faca e temperos nas mãos, pronta para preparar Tito para o almoço.  Quando o menino já havia gritado muito e parecia não haver mais esperança, ouviu-se um barulho: Pow! E lá se foram a aranha Elvira e uma formiguinha, brigando e rolando no chão. Foi de arrepiar! Foi uma gravata, um cruzado de direita e outro de esquerda, uma rasteira, era perna para tudo que é lado.  Bastaram alguns minutos e pronto! O que se viu foi uma aranha de joelhos pedindo perdão a uma formiga valente. 
A formiga foi até a teia e salvou o menino e o levou para casa, onde preparou uma bela sopa, feita justamente com as migalhas de pão que Tito deixava cair enquanto comia. Assim que Tito começou a comer a deliciosa sopa, sentado em uma mesa redonda, feita com um botão de camisa, apareceram duas formiguinhas pequeninas e o abraçaram, dizendo:
 __Você é o amigo que o papai foi salvar da aranha malvada?
  Tito não se conteve de emoção ao ser considerado como amigo por aqueles que ele mais detestava. Após receber todo aquele carinho, ele abraçou as jovens formiguinhas e disse:
__Sim, eu sou amigo do seu pai.
 Então, eles comeram a sopa juntos.
Quando a noite chegou, Tito adormeceu em um sono profundo. No outro dia bem cedo, ele acordou assustado, já de volta ao seu tamanho normal, perguntando a si mesmo onde estavam aquelas formiguinhas tão gentis. O garoto desceu correndo as escadas e foi direto para a cozinha. Ao chegar lá, pegou um pedaço de pão e levou para as suas novas amiguinhas. A mãe de Tito ficou muito surpresa e feliz com a atitude do filho. Desse dia em diante, Tito e as formigas viveram uma grande história de amizade e companheirismo.
Moral da história: é preciso conhecer bem as pessoas antes de julgá-las.


Renan Gotardo Filipe



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