LEITURA EM
SALA DE AULA: uma ferramenta terapêutica e construtiva
Renan Gotardo Filipe[1]
Prof. Me Ray Luiz Babilon Carreço[2]
RESUMO
A leitura, além de educar e informar, também é fundamental
como instrumento de humanização e socialização do indivíduo. Assim, este artigo
busca compreender a ligação histórica entre homem e leitura. Visa, também,
entender como a leitura tem sido ministrada por terapeutas no mundo no
tratamento de diversos problemas emocionais relacionados ao sistema nervoso.
Este artigo também traz os resultados de uma pesquisa realizada em uma grande
escola do município de São Gabriel da Palha, no norte do Espírito Santo, onde
foram entrevistados professores que relataram suas experiências com alunos
problemáticos, e como a leitura ajuda e influencia nos aspectos educacional e
comportamental dos alunos. Também, traz à tona a necessidade de se repensar a
leitura como instrumento inovador e dinâmico na formação de cidadãos
conscientes. Deram sustentação a este artigo, além da entrevista, outros
artigos, livros e autores da internet.
Palavras-chave: Homem e leitura. Instrumento
de humanização e socialização. A leitura como instrumento inovador
1 INTRODUÇÃO
A sociedade,
a educação e, principalmente, a leitura têm uma firme relação que se construiu
ao longo dos tempos, sendo uma o auxílio da outra. Seja pela construção e
ensino dos valores éticos e morais que é, em grande parte, de responsabilidade
da família, seja pela formação profissional, papel que a escola assumiu, a
prática educacional está inserida em todas as relações que o homem mantém em
uma sociedade e é uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento
de sua espécie.
Inserida no processo educacional e evolutivo, a leitura
acompanha o homem desde os seus primeiros momentos de vida, espaço de tempo em
que ele ainda faz o reconhecimento de tudo que o cerca. Isto é, durante o
período que compreende os seus primeiros anos de vida, o ser humano já inicia
uma espécie leitura interpretativa de todas as coisas que estão a sua volta,
tentando conhecer e compreender o espaço no qual está inserido. A partir daí, o
homem é alfabetizado, e, após esse processo, o mundo começa a ser interpretado
através da prática da escrita e da leitura de códigos, e não mais pela
interpretação de figuras ou imagens. Desse modo, outros símbolos passam a ser
produzidos, decodificados e compreendidos pelo indivíduo.
Considerando que o processo de evolução humano se deu
através da compreensão dos diversos tipos de leitura dos mais variados
símbolos, pode-se dizer, então, que a leitura surgiu na necessidade que o homem
tinha de evoluir. Nesse contexto, em que a leitura foi uma das ferramentas
fundamentais para a sobrevivência e evolução humana, Kilian e Cardoso (2012,
p.2) afirmam que,
Segundo relatos históricos e arqueológicos, foi na
Babilônia onde tudo começou. Hoje, dessa cidade só restam ruínas na região
Mesopotâmica do Egito. Seu povo foi o precursor de muitos avanços da
civilização [...]. Nesse local, surgiram as primeiras inscrições do que viria a
consumar o nascimento de uma prática revolucionária - a leitura.
A
leitura permitiu que homem avançasse a novos horizontes, através do desenvolvimento
de novas tecnologias e da propagação da informação. De modo geral, toda a
história do homem está ligada ao hábito de ler. É válido destacar que, sobre a
trajetória e evolução da leitura, Kilian e Cardoso (2012, p.2) ressaltam também
que,
Inicialmente, cumpria seu
papel por meio da oralidade, após, houve a invenção da leitura silenciosa na
Grécia Antiga; e, hoje, articula-se com os mais variados processos de
circulação, especialmente, com a mídia eletrônica.
Ao observar a leitura como
instrumento de caráter transformador, conclui-se que o indivíduo que possui o
hábito de ler é capaz de ver o mundo com um olhar mais atento, mais crítico,
tornando-se um ser pensante e questionador. A leitura, por oferecer uma
quantidade gigantesca de informações, tem a capacidade de enriquecer o
intelecto do homem, localizando-o em seu tempo e espaço, proporcionando a
compreensão da sua realidade. De acordo com Cavalcante (2009, p.5), “O universo
do leitor é continuamente transformado pela multiplicidade de textos, os quais
são dados a ler, a ver e ouvir”. Portanto, constata-se, de certa forma, que o
leitor tem o seu modo de agir e a sua visão de mundo influenciada por aquilo
que lê. Observa-se, então, que tão importante quanto o ato de ler é o conteúdo
a ser lido.
Entretanto, nos dias atuais, com
o crescimento e desenvolvimento de tantas tecnologias, o homem tornou-se
escravo de um ritmo de vida acelerado que exige muito mais do corpo e da mente
do que se imagina. Tudo isso tem tornado o ser humano cada vez mais refém de um
tempo “cronometrado”, que o leva a níveis de tensão psicológicos muito
elevados. E toda essa rotina de desgaste traz consigo alguns problemas de
saúde, como, por exemplo, o estresse e a depressão. É nesse contexto que
algumas pesquisas mostram que a leitura tem se destacado como uma excelente
aliada no combate ao estresse e às tensões do dia a dia. Então, é de vital importância trazer essa
temática à tona, através de estudo e análise mais aprofundados, para
compreender de fato em que proporção a prática da leitura pode contribuir para
uma melhor qualidade de vida do ser humano.
2 LER FAZ BEM
A leitura é ferramenta
fundamental para o homem na construção do saber e também para o seu crescimento
pessoal. Ler é algo necessário e indispensável na vida do ser humano. Não há
nação que se desenvolva sem que seu povo seja instruído, capaz de ver além das
palavras. Assim, faz todo sentido as palavras de Antunes (2012) que dizem: “A
cultura assusta muito. É uma coisa que apavora os ditadores. Um povo que lê
nunca será escravo”. Por isso, não se
deve ter a ideia errônea de que a leitura é apenas um processo pelo qual se
passa ou se recebe informações. Além disso, pesquisas demonstram que ler é um
processo mental benéfico que, além de ser grande ferramenta na construção da
inteligência, é também a mais nova aliada no tratamento de problemas
psicológicos e emocionais, entre eles o estresse. Ler faz bem para a saúde,
principalmente para a saúde mental, pois além de educar, a leitura é um
excelente exercício para a memória, agindo como uma fonte de lazer e diversão.
De acordo com Sodré (2014), uma
pesquisa realizada pelo Ibope constatou que 98% dos brasileiros se sentem
cansados. Esse fato se dá justamente à necessidade de se dedicar Ao ritmo
intenso do trabalho, que é cada vez mais exigente. Com essa rotina cotidiana
exaustiva, há menos tempo para relaxar. Uma vida regrada às extravagâncias como
noites de sono perdidas e trabalho em excesso, por certo trará sérios prejuízos
futuros. Entre alguns dos problemas de saúde mais comuns nos dias atuais
destacam-se o estresse, a ansiedade e a depressão, as chamadas doenças do
século. No entanto, um dos tratamentos mais eficazes para esse mal pode estar
mais próximo e ser mais barato do que se imagina. Segundo afirma Sodré (2014),
Uma pesquisa da
Universidade de Sussex, na Inglaterra, demonstrou que seis minutos diários de
leitura são suficientes para promover o alívio do estresse e das tensões. O
trabalho comparou a leitura com outras atividades também tidas como relaxantes.
Ler promoveu relaxamento de 68% nos participantes, contra 61% nos que ouviram
musica, 54% dos que tomaram uma xícara de chá e de 42% dos que deram um
passeio. Quem videogame teve uma
diminuição de somente 21% do estresse.
1.
Embora dados
afirmem que o hábito de ler realmente traz benefícios ao homem, há aqueles que,
de uma forma ou de outra, alegam possuir algum tipo de empecilho que acaba por
limitar ou tornar escasso o tempo propício para uma boa leitura. Contudo, é
preciso torná-la parte do cotidiano, ou seja, criar uma prática constante de
exercícios que estimulem e mantenham o hábito pela leitura. Ler tornar-se-á,
então, uma atividade terapêutica muito mais eficiente, pois ao ler um bom
livro, a mente se desconecta de grande parte dos problemas e, por alguns
instantes, o leitor tem a sensação de viajar para outro país ou outro mundo
através da história contada no impresso. Indicar e utilizar a leitura como
tratamento auxiliar para pessoas com problemas emocionais e psicológicos não é
nenhuma novidade. Biernath (2017) afirma que,
O método é tão sério que virou política de
saúde pública no Reino Unido. Desde 2013, pacientes com doenças psiquiátricas
recebem indicações do que devem ler direto do especialista. Da mesma maneira
que vão à drogaria comprar remédios, eles levam o receituário à biblioteca e
tomam emprestados os volumes aconselhados.
Biernath (2017), afirma ainda que “a
iniciativa britânica foi implementada com base numa série de pesquisas recentes
que avaliaram o papel das palavras no bem-estar”. O autor ainda destaca que
essas pesquisas não têm sido realizadas somente pelos britânicos; os
norte-americanos também realizaram experiências do gênero. Biernath (2017)
também inclui que
Uma experiência realizada
na Universidade New School, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas com o
hábito de reservar tempo às letras costumam ter maior empatia, ou seja, uma
capacidade ampliada de entender e se colocar no lugar do outro. Outra pesquisa
da também americana Universidade Harvard apontou que leitores ávidos são mais
sociáveis e abertos para conversar.
Além de a leitura retirar toda a tensão e
estresse do dia a dia, ela também é capaz de melhorar o raciocínio, aprimorar e
enriquecer o vocabulário e, mais do que comprovado, ela é benéfica no
tratamento de pessoas com problemas de insônia. O aconselhável é que se faça
uma leitura de, no mínimo, seis minutos antes de dormir para que o corpo relaxe
e, assim, o sono chegue. No entanto, algumas pesquisas já constataram que é
totalmente inadequado fazer esse tipo de leitura através do tablet ou iPad, se
o seu objetivo for realmente relaxar. Por que não ler um bom e velho livro? Pesquisas
relacionadas ao assunto identificaram que a luminosidade das telas desses
aparelhos prejudica o sono. De acordo
com dados da BBC (2014),
Ler livros digitais antes
de dormir pode prejudicar o sono e ter efeitos negativos sobre a saúde, segundo
uma pesquisa realizada pela Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.
[...] Segundo os pesquisadores, a explicação estaria na luz emitida pelos
e-readers que podem interferir com o relógio biológico. [...] A exposição à luz
azul à noite pode desacelerar ou impedir a produção de melatonina, hormônio que
regula o sono.
Em suma, estão mais que comprovados os
inúmeros benefícios proporcionados por uma boa leitura. Entretanto, o prazer
pela leitura deve ser compartilhado e incentivado desde a infância. É nessa
fase que a mente humana está em um processo de constante aprendizagem e
adaptação. Por isso, é importante entender que à medida que se lê, há também o crescimento e
amadurecimento do intelecto humano.
3 A LEITURA NA SALA DE AULA
Controlar uma turma agitada e
ansiosa em uma sala de aula é, sem dúvida, um dos maiores desafios na vida de
um professor. Devido a grande distinção de temperamentos, fica cada vez mais
complicado aplicar uma atividade que cative a atenção dos alunos. Se conseguir
a atenção é complicado, também não é tarefa fácil estimular a criatividade e a
produtividade em um ambiente tão inconstante. Diante de uma questão tão
relevante que, aliás, há de ser estudada com profundidade, surge uma grande
aliada: a leitura.
A partir das dificuldades
encontradas para obter a atenção dos alunos e da necessidade de conduzir o
ensino de qualidade, eis que a leitura aparece como uma das ferramentas mais
importantes, quiçá a mais eficiente delas. Batista (s.d.) explica que “[...] A
leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a
escrita. O contato com os livros ajuda ainda a formular e organizar uma linha
de pensamento”. Assim, constata-se que o aluno que lê constantemente desenvolve
melhor suas habilidades e competências.
No entanto, a realidade em relação ao gosto dos alunos pela leitura é
bem diferente do que se imagina. Atualmente, com o avanço de tantos meios
tecnológicos e, principalmente, com a criação de tanto jogos na internet, está
cada vez mais difícil chamar a atenção dos alunos para o conteúdo de um livro.
Mas como fazer o aluno ter uma
outra concepção da leitura, senão aquela de que ler é cansativo e chato?
Uma das saídas a serem
utilizadas pelo professor é desfazer todo o misticismo de que leitura só
combina com livros didáticos e escola. O aluno, por natureza, faz ligações
entre um e outro, e acaba julgando o ato de ler como algo monótono e
obrigatório. E isso afasta o discente da leitura. Há muitos meios a serem
aproveitados para tornar a prática da leitura em sala de aula mais atrativa,
como, por exemplo, promover a interpretação e discussão de textos como
romances, poesias, contos, revistas, ou seja, selecionar conteúdos que tornem a
atividade atraente e produtiva, fugindo pelo menos um dia da semana dos livros
didáticos. Isso fará com que surjam leitores autônomos e mais interessados. Em
fim, é preciso trabalhar de maneira criativa para desfazer o falso conceito e o
medo que alguns alunos têm da leitura.
Ao desenvolver alunos leitores,
automaticamente se desenvolverão bons escritores, pessoas mais criativas, mais
comunicativas, além de serem aumentadas as chances de obterem, futuramente,
sucesso na vida profissional.
Buscando compreender a ação
transformadora que a leitura tem sobre o homem, numa perspectiva de que ela
pode assumir um papel realmente renovador e eficaz no processo de ensino e
aprendizagem e, também agir como instrumento humanizador, iniciou-se uma
pesquisa em uma das maiores escolas da rede pública do município de São Gabriel
da Palha, no norte do Espírito Santo. A coleta de dados se deu através de uma
entrevista, com perguntas abertas, onde foram ouvidos seis professores de
disciplinas distintas, inclusive uma professora de língua portuguesa. Cinco alunos também colaboraram e descreveram
sobre suas experiências com as atividades envolvendo a prática da leitura na
escola.
4 A
LEITURA EDUCA E HUMANIZA
Em visita à escola, no turno
vespertino, alguns professores que estavam presentes na sala de reunião se
dispuseram a participar da entrevista. Inicialmente, a pergunta em questão foi:
Qual é o perfil dos alunos que freqüentam a escola?
De acordo com os relatos dos
professores, os alunos, em sua maioria, têm de 12 a 16 anos de idade, oriundos
de famílias carentes, muitos deles moram em locais violentos, alguns em
situação precária e outros, na zona rural. Em alguns desses alunos é comum,
inclusive, encontrar problemas emocionais e psicológicos desenvolvidos por
algum tipo de incidente envolvendo principalmente a família. E esse tipo de
perfil é considerado difícil de lidar, relataram os professores. Esses alunos possuem
temperamentos fortes, e, geralmente, podem ser desinteressados pelas
disciplinas e atividades escolares. Sanches (s.d.) considera que “[...]
Crianças retraídas tendem a ser mais empáticas, enquanto que as mais focadas e
contidas tendem a ser mais concentradas e determinas em cumprir tarefas”.
Quando perguntados sobre o
comportamento desses alunos na sala de aula, quatro dos seis professores
relataram trabalhar com alunos problemáticos. Os outros dois professores
alegaram ainda não ter presenciado situações complexas ou problemas do gênero.
Entretanto, todos os seis alegaram ser difícil educar e compartilhar o
conhecimento em um ambiente onde há uma diversidade de perfis tão grande.
Porém, quando questionados quanto às ações desenvolvidas para amenizar ou
transformar esse quadro em que se encontram esses alunos, todos os professores
responderam que, além do acompanhamento especial que fazem, sempre há
atividades desenvolvidas que contemplam o desenvolvimento e aprendizado desses
alunos. Uma das atividades mais frisadas pelos professores é a leitura. Durante
todo o período letivo há atividades sendo desenvolvidas visando principalmente
atrair cada vez mais alunos para o campo da literatura. Seja através do estudo
e apresentação de peças teatrais, seja pela leitura de livros e amostras
culturais, a escola está sempre investindo na leitura.
Segundo afirmam cinco dos seis
professores, os projetos de leitura têm influenciado
significativamente no comportamento e na aprendizagem dos alunos. De acordo com
o professor de matemática “A prática da leitura tem ajudado muito,
principalmente na resolução dos problemas, pois, através da interpretação do
texto, a resposta é encontrada com mais facilidade”. A professora de geografia
disse também: “Quando os alunos têm contato com alguma atividade de leitura,
tenho menos dificuldade para fazê-los compreender algumas tarefas da minha
disciplina”.
Um outro fator muito importante
relacionado à leitura tem sido a diminuição das ocorrências assinadas por
alunos indisciplinados. As atividades realizadas pela escola, a leitura de textos
literários como poemas, e outros textos de cunho motivacional e moral, têm sido
uma ferramenta de vital importância para que os índices de indisciplina
diminuam, alegam os professores. Assim diz Gontijo (2010):
Nada mais sensibilizador do
que a leitura de um poema, que tem o dom de conter e frear angústias e
sentimentos violentos, proporcionando ao indivíduo o indispensável equilíbrio
para vive (e conviver) em comunidade, onde não existe cidadão que tenha nascido
para ser ruim ou seguir o caminho do mal e sim cidadão que caiu no erro por não
ter encontrado oportunidades e principalmente acesso a uma educação de
qualidade, na qual a leitura- mais que hábito- deve ser ministrada para
tornar-se um gosto, um prazer.
Outra pergunta feita aos
profissionais entrevistados foi: Quanto à produtividade dos alunos, a leitura
tem influenciado nesse processo?
A resposta dos professores foi
unânime. Todos disseram que a leitura desempenha um papel fundamental para que
os alunos desenvolvam senso crítico e, também, sejam mais proativos e dedicados
quando há alguma atividade que envolva, não só produção de texto, mas também a
discussão de temas que giram em torno do meio social, por exemplo. Um professor
relatou: “Alguns alunos que lêem jornal chegam, às vezes, com alguma notícia
que até mesmo nós, professores, não estamos sabendo, e acabam compartilhando
com a turma inteira. Acho que é isso que faz da leitura algo tão e importante”.
Segundo afirma a professora de
língua portuguesa, “A leitura tem a incrível capacidade de influenciar o homem,
modificando ou transformando o seu modo de pensar e agir e, até mesmo, a forma
como ele vê o mundo”. A professora ainda conta que após o início do ano letivo
é possível notar uma grande diferença em alguns alunos considerados
indisciplinados. Após participarem de atividades onde a leitura está inserida,
o comportamento de alguns alunos muda consideravelmente, melhorando, inclusive,
na forma como lidam com os outros colegas. Visto que esses alunos são oriundos
de locais carentes e violentos.
Para que os dois lados pudessem
ser ouvidos e, assim, as informações tivessem mais credibilidade, foram
entrevistados quatro alunos. Sendo dois alunos do 7º e dois do 8º ano. Quando
perguntados sobre a opinião que tinham sobre a leitura na escola, um argumentou
que lê constantemente. Os outros três disseram que se sentem um pouco
incomodados quando a leitura envolve livros didáticos, mas que gostam muito
quando participam dos projetos de leitura da escola. Os alunos afirmaram,
também, que preferem a leitura feita a partir de textos da internet ou através
dos livros fornecidos pela biblioteca da escola. Em suma, todos os quatro
alunos disseram gostar de ler e que isso os ajuda muito em todas as
disciplinas, pois praticamente todas precisam de interpretação de texto. Por
fim, disseram que estão ansiosos para visitar um projeto de leitura realizado
anualmente por uma escola vizinha.
Embora sejam evidentes os
projetos governamentais que incentivem a prática da leitura, isso não deve
partir somente de órgãos públicos ou dos professores. Cabe aos pais adotarem
uma postura mais participativa, estimulando seus filhos desde a tenra idade, pois
o leitor autônomo se forma na infância.
O tema tratado neste artigo é
demasiado extenso, por isso foram discutidos aspectos mais relevantes e de
forma mais breve, destacando importantes características que fazem da leitura
uma representação do progresso da humanidade.
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Finalmente, observa-se que a
leitura é uma das ferramentas mais importantes que o homem possui, e que ela
representa todo o progresso da humanidade. Também fica claro que, após a
pesquisa realizada, constata-se o que era um fato já esperado; a leitura é um
instrumento que, quando usado da forma correta, só tem a humanizar e dignificar
uma sociedade. Quer seja por sua função educativa, informativa e construtiva,
quer seja por sua eficácia com instrumento terapêutico e pacificador da mente
humana. Em fim, é preciso que, pouco a pouco, seja desfeito todo o mistério que
envolve a leitura, para que bons leitores sejam formados desde a infância. Só
com seres humanos pensantes, questionadores e formadores de opinião, a humanidade
não retrocederá.
Conclui-se este artigo citando
Arthur Schopenhauer, que diz à cerca da importância do livro e, por
conseguinte, da leitura:
“Sem
livros o desenvolvimento da civilização teria sido impossível. Eles são as
máquinas de mudança, janelas do mundo, ‘faróis’, como o poeta disse, ‘erguidos
no mar do tempo’. Eles são companheiros, professores, mágicos, banqueiros dos
tesouros da mente. Livros são a humanidade impressa”.
(Arthur Schopenhauer)
REFERENCIAS
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Acesso em 30 e outubro de 2017.
[1]
Graduado em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos e professor de
Língua Portuguesa na EMEF “Irmã Adeilade Bertocchi”.
[2] Mestre em Ciências Florestais. Especialista
em Metodologia para o Ensino de Ciências e Biologia. Licenciado em Ciências
Biológicas. Bacharel em Ciências Biológicas.
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