segunda-feira, 20 de julho de 2020

ARTIGO DE OPINIÃO

ARTIGO DE OPINIÃO

O artigo de opinião é um dos gêneros mais comuns no cotidiano das cidades. Publicado normalmente em jornais, revistas e blogs, esse tipo de texto tem como função apresentar e defender um ponto de vista sobre algum assunto relevante para a sociedade. Muitas faculdades e universidades costumam solicitar aos seus candidatos que produzam artigos de opinião em seus vestibulares.

CARACTERÍSTICAS

O artigo de opinião é um gênero argumentativo, ou seja, é um tipo de texto que defende um ponto de vista por meio de argumentos. A linguagem usada no artigo de opinião costuma alinhar-se à norma-padrão da língua portuguesa, haja vista que o texto deve ser compreendido por diversos tipos de pessoas, muitas vezes de regiões completamente distintas — como é o caso dos artigos publicados em jornais de alcance nacional no Brasil.

Para além disso, justamente por se tratar de uma publicação da imprensa, o assunto abordado nesse tipo de texto costuma ser de relevância coletiva: fatos importantes, ocorridos nos dias ou semanas anteriores, costumam ser os temas do artigo de opinião. Nesse sentido, o gênero tem uma função social clara: promover o debate público sobre as demandas da sociedade.

ESTRUTURA

Por ser um texto argumentativo, o artigo de opinião apresenta três partes fundamentais:

INTRODUÇÃO COM TESE

Os parágrafos iniciais de um artigo de opinião costumam ser reservados para apresentar o assunto abordado e, além disso, o ponto de vista defendido pelo autor. Chamamos esse ponto de vista de tese. No caso das redações escolares e propostas de vestibulares, é comum que somente o primeiro parágrafo da composição seja destinado para essa função, pois, nesse tipo de produção textual, o número de linhas é restrito.

Veja, a seguir, a introdução de um artigo de opinião produzido por Débora Diniz e Giselle Carino, publicado no jornal El País Brasil:

Violência obstétrica,

uma forma de desumanização das mulheres

A expressão 'violência obstétrica' ofende médicos. Dizem não existir o fenômeno, mas casos isolados de imperícia ou negligência médicas. O que aconteceu com a brasileira Adelir Gomes, grávida e forçada pela equipe de saúde a realizar uma cesárea contra sua vontade, dizem ser um caso extremo, escandalizado pelas feministas como de violência obstétrica. Não é verdade. A violência obstétrica manifesta-se de várias formas no ciclo de vida reprodutiva das mulheres. Em cada mulher insultada verbalmente porque sente dor no momento do parto ou quando não lhe oferecem analgesia. Na violência sexual sofrida em atendimento pré-natal ou em clínicas de reprodução assistida. No uso de fórceps, na proibição de doulas ou pessoas de confiança na sala de parto. Na cesárea como indicação médica para o parto seguro. A verdade é que a violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres.

Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.

É notável, nesse trecho inicial do texto, a presença das duas partes fundamentais da introdução de um artigo de opinião: a apresentação do tema — “violência obstetrícia” — e a defesa de uma tese ou ponto de vista — “A verdade é que a violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres”.

 

DESENVOLVIMENTO COM ARGUMENTAÇÃO

Uma vez que a tese é apresentada na introdução do artigo de opinião, é esperado que, nos parágrafos intermediários — também chamados de desenvolvimento —, apresentem-se argumentos que comprovem o ponto de vista.

Um argumento costuma ter duas partes: a fundamentação e a análise do fundamento. A primeira corresponde às informações, fatos, dados, referências, entre outros, que o articulista busca para embasar sua opinião; a segunda, ao trecho em que o autor relaciona explicitamente o fundamento utilizado com a tese defendida.

Ainda seguindo o exemplo dado anteriormente, observe a seguir um dos argumentos usados pelas articulistas Débora Diniz e Giselle Carino:

Mulheres negras, indígenas e com deficiência estão entre as mais vulneráveis à violência obstétrica. Um estudo da Universidade de Harvard, realizado em quatro países latino-americanos, mostrou que uma em cada quatro mulheres vivendo com HIV/aids foi pressionada à esterilização após receber o diagnóstico. Evidências igualmente assustadoras foram identificadas no México, onde a Organização das Nações Unidas condenou o país pela esterilização forçada de quatorze indígenas pelo sistema de saúde público. No Brasil, um estudo no Mato Grosso descreveu a correlação entre etnia e morte materna — mulheres indígenas têm quase seis vezes mais chances de morrer no parto que mulheres brancas. Pouco sabemos da realidade de mulheres com deficiência, em particular daquelas com deficiência intelectual. O senso comum diz que devem viver sem sexualidade e que são incapazes de decidir suas vivências reprodutivas.

Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.

Nesse caso, são usados como fundamentos: um estudo da Universidade de Harvard, outro da Organização das Nações Unidas e mais um feito no Mato Grosso. Com base nessas pesquisas, as articulistas relacionam as informações citadas com a tese ao afirmarem que “Pouco sabemos da realidade de mulheres com deficiência, em particular daquelas com deficiência intelectual. O senso comum diz que devem viver sem sexualidade e que são incapazes de decidir suas vivências reprodutivas”.

 

CONCLUSÃO

A conclusão de um artigo de opinião costuma apresentar uma síntese do desenvolvimento do texto e, em seguida, reiterar a tese, agora comprovada pelos argumentos. Veja como é a conclusão do texto de Débora Diniz e Giselle Carino:

Argentina e Bolívia também avançaram em legislações para proibir a violência obstétrica — estar livre de violência baseada em gênero deve incluir a violência obstétrica. É preciso avançar rapidamente neste campo, seja pela via legal ou pela transformação dos costumes e práticas. A legislação boliviana menciona 'violência contra os direitos reprodutivos': se devidamente interpretada, a criminalização do aborto ou os maus-tratos sofridos pelas mulheres em processo de abortamento nos hospitais são formas de violência obstétrica. Meninas e mulheres forçadas, involuntariamente, ao parto e à maternidade são casos de violência obstétrica. Por isso, às histórias de dor física ou abusos verbais de nossas mães e avós, devemos somar as histórias da clandestinidade do aborto — as leis restritivas de aborto atingem 97% das mulheres em idade reprodutiva na América Latina e Caribe. Todas essas são expressões da violência obstétrica, uma forma silenciosa e perene de violência baseada em gênero.

Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.

É perceptível, portanto, que a conclusão do artigo de opinião das autoras repete resumidamente a linha argumentativa desenvolvida no texto. Em seguida, a tese é reiterada, agora comprovada — “Todas essas são expressões da violência obstétrica, uma forma silenciosa e perene de violência baseada em gênero”.

 

COMO COMEÇAR O ARTIGO DE OPINIÃO

A melhor maneira de começar um artigo de opinião é, antes de tudo, desenvolvendo um planejamento e um projeto de texto. Planejando e projetando antes de escrever, é muito provável que a composição resulte-se clara, coerente e bem fundamentada. Veja, no próximo tópico, um passo a passo de como escrever o artigo de opinião.

Passo a passo

Podemos dividir o processo de produção de texto em três partes básicas:

 

Planejamento e projeto de texto.

O primeiro passo na composição textual deve ser o da reflexão, leitura e organização das ideias a serem desenvolvidas no texto. Nessa parte, é necessário que o autor do artigo de opinião defina:

Tema;

Tese;

Fundamentos da argumentação;

Organização lógica do texto (aqui, define-se o que deve haver em cada parágrafo, ou seja, qual será a trajetória discursiva usada pelo autor para defender seu ponto de vista no texto).

RASCUNHO

Uma vez que o projeto de texto já estiver definido, é o momento de transcrever as ideias projetadas na forma de texto em prosa, ou seja, é a hora de escrever o texto na forma de: parágrafos introdutórios, desenvolvimento e de conclusão. É muito importante que o rascunho seja um produto do projeto de texto e não se desvie da trajetória discursiva planejada.

REVISÃO

Por fim, após o texto estar praticamente pronto, resta revisar questões de ordem gramatical, como ortografiaacentuação ou pontuação. Assim como no rascunho, não é aconselhável que o autor mude informações previamente projetadas e desenvolvidas nas partes anteriores.

 

 

 


domingo, 19 de julho de 2020

O QUE É UMA CRÔNICA

O QUE É UMA CRÔNICA


A Crônica é um tipo de texto narrativo curto, geralmente produzido para meios de comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc.
Além de ser um texto curto, possui uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano.
Portanto, elas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com o passar do tempo ela perde sua “validade”, ou seja, fica fora do contexto. No Brasil, a crônica tornou-se um estilo textual bem difundido desde a publicação dos "Folhetins" em meados do século XIX.
Alguns escritores brasileiros que se destacaram como cronistas foram:
Rubem Braga
Luís Fernando Veríssimo
Fernando Sabino


Segundo o professor e crítico literário Antônio Cândido, em seu artigo “A vida ao rés-do-chão” (1980):

A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero menor. “Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura (...).
(...) Ora, a crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas. Ela é amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais diretas e também nas suas formas mais fantásticas, sobretudo porque quase sempre utiliza o humor. Isto acontece porque não tem pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita originalmente para o livro, mas para essa publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão da cozinha.”

Nesse trecho tão esclarecedor podemos destacar características fundamentais sobre a crônica, por exemplo, a aproximação com o público, na medida em que contém uma linguagem mais direta e despretensiosa. Ao mesmo tempo que é marcada notadamente pelo tempo, ou seja, pela curta duração que possui esse tipo de texto.
A crônica foi inicialmente desenvolvida com caráter histórico (as crônicas históricas). Elas relatavam desde o século XV fatos históricos (reais ou fictícios) ou acontecimentos cotidianos (sucessão cronológica), algumas com toque de humor. Mais tarde, esse tipo de texto despretensioso foi se aproximando do público e conquistando os leitores mundo afora. Hoje, esse fato é confirmado pela enorme difusão das crônicas, sobretudo nos meios de comunicação.

PRINCIPAIS CARATERÍSTICAS

Narrativa curta
Linguagem simples e coloquial
Poucos personagens, se houver
Espaço reduzido
Acontecimentos cotidianos

TIPOS DE CRÔNICA
Embora seja um texto que faz parte do gênero narrativo, (com enredo, foco narrativo, personagens, tempo e espaço) há diversos tipos de crônicas que exploram outros gêneros textuais.
Podemos destacar a crônica descritiva e a crônica dissertativa. Além delas, temos:

Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de “crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da atualidade para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa.

Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.

Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o público, ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar alguns aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc. Importante destacar que muitas crônicas podem ser formadas por dois ou mais tipos, por exemplo: uma crônica jornalística e humorística.

EXEMPLO DE CRÔNICA

Segue abaixo um exemplo de crônica do escritor brasileiro “Machado de Assis”. Ela foi publicada em 22 de agosto de 1889, no jornal “Gazeta de Notícias” no Rio de Janeiro.


Bons dias!


Quem nunca invejou, não sabe o que é padecer. Eu sou uma lástima. Não posso ver uma roupinha melhor em outra pessoa, que não sinta o dente da inveja morder-me as entranhas. É uma comoção tão ruim, tão triste, tão profunda, que dá vontade de matar. Não há remédio para esta doença. Eu procuro distrair-me nas ocasiões; como não posso falar, entro a contar os pingos de chuva, se chove, ou os basbaques que andam pela rua, se faz sol; mas não passo de algumas dezenas. O pensamento não me deixa ir avante. A roupinha melhor faz-me foscas, a cara do dono faz-me caretas...
Foi o que me aconteceu, depois da última vez que estive aqui. Há dias, pegando numa folha da manhã, li uma lista de candidaturas para deputados por Minas, com seus comentos e prognósticos. Chego a um dos distritos, não me lembra qual, nem o nome da pessoa, e que hei de ler? Que o candidato era apresentado pelos três partidos, liberal, conservador e republicano.
A primeira coisa que senti, foi uma vertigem. Depois, vi amarelo. Depois, não vi mais nada. As entranhas doíam-me, como se um facão as rasgasse, a boca tinha um sabor de fel, e nunca mais pude encarar as linhas da notícia. Rasguei afinal a folha, e perdi os dois vinténs; mas eu estava pronto a perder dois milhões, contando que aquilo fosse comigo.
Upa! que caso único. Todos os partidos armados uns contra os outros no resto do Império, naquele ponto uniam-se e depositavam sobre a cabeça de um homem os seus princípios. Não faltará quem ache tremenda a responsabilidade do eleito, — porque a eleição, em tais circunstâncias, é certa; cá para mim é exatamente o contrário. Dêem-me dessas responsabilidades, e verão se me saio delas sem demora, logo na discussão do voto de graças.
— Trazido a esta Câmara (diria eu) nos paveses de gregos e troianos, e não só dos gregos que amam o colérico Aquiles, filho de Peleu, como dos que estão com Agamenon, chefe dos chefes, posso exultar mais que nenhum outro, porque nenhum outro é, como eu, a unidade nacional. Vós representais os vários membros do corpo; eu sou o corpo inteiro, completo. Disforme, não; não monstro de Horácio, por quê? Vou dizê-lo.
E diria então que ser conservador era ser essencialmente liberal, e que no uso da liberdade, no seu desenvolvimento, nas suas mais amplas reformas, estava a melhor conservação. Vede uma floresta! (exclamaria, levantando os braços). Que potente liberdade! e que ordem segura! A natureza, liberal e pródiga na produção, é conservadora por excelência na harmonia em que aquela vertigem de troncos, folhas e cipós, em que aquela passarada estrídula, se unem para formar a floresta. Que exemplo às sociedades! Que lição aos partidos!
O mais difícil parece que era a união dos princípios monárquicos e dos princípios republicanos; puro engano. Eu diria: 1°, que jamais consentiria que nenhuma das duas formas de governo se sacrificasse por mim; eu é que era por ambas; 2°, que considerava tão necessária uma como outra, não dependendo tudo senão dos termos; assim podíamos ter na monarquia a república coroada, enquanto que a república podia ser a liberdade no trono, etc., etc.
Nem todos concordariam comigo; creio até que ninguém, ou concordariam todos, mas cada um com uma parte. Sim, o acordo pleno das opiniões só uma vez se deu abaixo do sol, há muitos anos, e foi na assembléia provincial do Rio de Janeiro. Orava um deputado, cujo nome absolutamente me esqueceu, como o de dois, um liberal, outro conservador, que virgulavam o discurso com apartes, — os mesmos apartes.
A questão era simples. O orador, que era novo, expunha as suas idéias políticas. Dizia que opinava por isso ou por aquilo. Um dos apartistas acudia: é liberal. Redargüia o outro: é conservador. Tinha o orador mais este e aquele propósito. É conservador, dizia o segundo; é liberal, teimava o primeiro. Em tais condições, prosseguia o novato, é meu intuito seguir este caminho. Redargüia o liberal: é liberal; e o conservador: é conservador. Durou este divertimento três quartos de colunas do Jornal do Comércio. Eu guardei um exemplar da folha para acudir às minhas melancolias, mas perdi-o numa das mudanças de casa.
Oh! não mudeis de casa! Mudai de roupa, mudai de fortuna, de amigos, de opinião, de criados, mudai de tudo, mas não mudeis de casa!
Boas noites.”

Curiosidade
Do latim, a palavra “crônica” (chronica) refere-se a um registro de eventos marcados pelo tempo (cronológico); e do grego (khronos) significa “tempo”.

ESTRUTURA DO VERBO


 




Os verbos, quando conjugados, são compostos por um radical, uma vogal temática, uma desinência modo-temporal e uma desinência número-pessoal, que se encontram estruturados na seguinte ordem:

radical + vogal temática + desinência modo-temporal + desinência número-pessoal

Radical

 

O RADICAL

É a parte menos variável do verbo, apresentando o seu significado lexical. 

 

And- é o radical do verbo andar.

Escrev- é o radical do verbo escrever.

Part- é o radical do verbo partir. 

 

VOGAL TEMÁTICA

Através da vogal temática é possível distinguir as três conjugações verbais.

Vogal temática -a- indica a 1.ª conjugação: amar, brincar, ensaiar, trabalhar, falar,…

Vogal temática -e- indica a 2.ª conjugação: saber, viver, caber, entreter, concorrer,…

Vogal temática -i- indica a 3.ª conjugação: sorrir, dormir, dividir, concernir, assistir,…

 

O TEMA

 

O radical e a vogal temática formam o tema. O tema é a parte do verbo à qual se juntam as desinências, possibilitando a flexão verbal.

 

DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS

 

As desinências modo-temporais indicam o modo e o tempo dos verbos.


DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS DO INDICATIVO:

Pretérito perfeito: -ra- apenas para a 3.ª pessoa do plural.

Pretérito imperfeito: -va- para a os verbos da 1.ª conjugação

-ia- para os verbos da 2.ª e 3.ª conjugações.

Pretérito mais-que-perfeito: -ra- átona.

Futuro do presente: -ra- tônica e –re-

Futuro do pretérito: -ria-

DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS DO SUBJUNTIVO:

Presente: -e- para a os verbos da 1.ª conjugação e -a- para os verbos da 2.ª e 3.ª conjugações.

Pretérito imperfeito: -sse-

Futuro: -r-
 
DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS DAS FORMAS NOMINAIS:

Gerúndio: -ndo

Particípio: -do

            Infinitivo: -r

 

          DESINÊNCIAS NÚMERO-PESSOAIS

 

As desinências número-pessoais indicam o número e a pessoa verbal.

 

1.ª pessoa do singular: -o no presente do indicativo e –i no pretérito perfeito do indicativo e no futuro do presente.

2.ª pessoa do singular: -s e –ste no pretérito perfeito do indicativo.

3.ª pessoa do singular: -u no pretérito perfeito do indicativo.

1.ª pessoa do plural: -mos

2.ª pessoa do plural: -is, -stes no pretérito perfeito do indicativo e –des no futuro do subjuntivo, infinitivo pessoal e presente do indicativo de alguns verbos irregulares.

3.ª pessoa do plural: -m indicativo de nasalidade e –ão no futuro do presente.
 
Nota: Nem todas as formas verbais apresentam vogal temática e desinências.


PREPOSIÇÕES

PREPOSIÇÕES

 

Preposição é a palavra invariável que liga dois termos da oração, subordinando um ao outro.

Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função: são consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre termos oracionais. As preposições podem introduzir:

• Complementos verbais
• Complementos nominais
• Locuções adjetivas
• Locuções adverbiais
• Orações reduzidas

As preposições classificam-se em essenciais e acidentais:

1. Preposição essencial: sempre funciona como preposição.
Exemplo: a, ante, de, por, com, em, sob, até...

2. Preposição acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir outras funções morfológicas.
Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado...

Locução prepositiva

Chamamos de locução prepositiva ao conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição.
A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição.
Exemplos: por causa de, ao lado de, em virtude de, apesar de, acima de, junto de, a respeito de...

As preposições podem combinar-se com outras classes gramaticais.
Exemplos: do (de + artigo o)
no (em + artigo o)
daqui (de + advérbio aqui)
daquele (de + o pronome demonstrativo aquele)

Emprego das preposições

- as preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos que ligam.
Ex.: Viajou de carro (relação de meio)
Saiu com os amigos. (relação de companhia)
Morreu de tuberculose. (relação de causa)
O carro de Joaquim é novo. (relação de posse)

- algumas preposições podem vir unidas a outras palavras. Temos combinação quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de elemento fonético.
Temos contração quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética.

 

CONTRAÇÃO

COMBINAÇÃO

Do (de+o)

Ao (a+o)

Dum (de+um)

Aos (a+os)

Desta (de+esta)     

Aonde (a+onde)

No (em+o)

 

Neste (em+este)

 


- a preposição a pode se fundir com outro a, essa fusão é indicada pelo acento grave ( `), recebe o nome de crase.

Ex.: Fui à feira. (a+a)

- Na linguagem culta, não se deve fazer a contração da preposição de com o artigo que encabeça o sujeito de um verbo.

Está na hora de a criança dormir. (a criança é o sujeito do verbo dormir, por isso não podemos contrair a preposição de com o artigo a que encabeça o sujeito.

Essa regra vale também para construções com pronomes pessoais:
Está na hora de ele sair. (ele é sujeito do verbo sair, por isso não se pode contrair a preposição com o sujeito).

 

 

 PRINCIPAIS PREPOSIÇÕES E SUAS RELAÇÕES

Preposição é a palavra invariável que liga duas palavras ou orações, entre si – como se fosse uma ponte – estabelecendo entre elas certas relações: Casa de Luís (a preposição de indica uma relação de posse). Abaixo, as principais preposições e as suas relações:

A -----------------------------------------------------------------------------------------

Relação de Conformidade: bife a cavalo.

Relação de Destino: daqui a Salvador é longe.

Relação de Direção: levantar as mãos aos céus.

Relação de Distância: cair a poucos metros do hospital.

Relação de Exposição: ficar ao sol, estar à sombra.

Relação de Instrumento: escrever a lápis, escrever à máquina.

Relação de Lugar: Ir a Santos. / Virar à esquerda.

Relação de Meio: abrir a porta a pontapés, ir a pé.

Relação de Modo: partir a galope, falar aos gritos, chegar aos prantos.

Relação de Proximidade: estar ao telefone, à janela.

Relação de Sucessão: dia a dia, um a um, pouco a pouco.

Relação de Tempo: Nasci a dois de fevereiro.

 

APÓS -------------------------------------------------------------------------------------

Relação de Lugar: Permaneça na fila após o oitavo candidato.

Relação de Tempo: Logo após o almoço descansamos.

 

COM --------------------------------------------------------------------------------------

Relação de Causa: assustar-se com o trovão.

Relação de Companhia: voltar com amigos de uma festa.

Relação de Instrumento: abrir a porta com a chave, riscar com o lápis.

Relação de Matéria: vinho se faz com uva.

Relação de Modo: andar com cuidado, trabalhar com capricho.

Relação de Oposição: lutar com as paixões, jogar com os argentinos.

 

DE -----------------------------------------------------------------------------------------

Relação de Assunto: falar de futebol.

Relação de Causa: morrer de fome, tremer de medo / de frio.

Relação de Conteúdo: xícara de café.

Relação de Dimensão: prédio de dois andares.

Relação de Definição: homem de bem, pessoa de coragem.

Relação de instrumento: apanhar de cinta.

Relação de Lugar: vir de Madri, ver de perto.

Relação de Matéria: corrente de ouro, chapéu de palha.

Relação de Meio: viajar de avião, viver de ilusões.

Relação de Modo: olhar alguém de frente, ficar de cara feia.

Relação de Posse: casa de Luís, livro de Carlos

Observação: Em Português, a relação de posse é uma função adjetiva específica da preposição [de].

Relação de Preço: caderno de um real.

Relação de Qualidade: artigo de primeira.

Relação de Tempo: dormir de dia, espera de um mês.

 

EM -----------------------------------------------------------------------------------------

Relação de Estado ou qualidade: ferro em brasa, televisor em cores.

Relação de Fim: vir em socorro, pedir em casamento.

Relação de lugar: ficar em casa, estar na cozinha.

Relação de Modo: ir em turma, viver em paz

Relação de Sucessão: de porta em porta.

Relação de tempo: chegar em duas horas.

 

PARA -------------------------------------------------------------------------------------

Relação de Fim: nascer para o trabalho, vir para brincar.

Relação de Lugar: apontar o dedo para o céu, ir para o paraíso.

Relação de tempo: ter água para dois dias apenas.

 

POR --------------------------------------------------------------------------------------

Relação de Causa: ser preso por vadiagem.

Relação de conformidade: tocar pela partitura.

Relação de favor: morrer pela pátria.

Relação de Medida: vender comida por quilo.

Relação de Meio: contar pelos dedos, enviar pelo correio.

Relação de Modo: chamar por ordem de chegada.

Relação de preço: comprar um livro por ninharia.

Relação de quantidade: perder pó 0 a 2.

Relação de substituição: deixar o certo pelo duvidoso.

Relação de tempo: estudar pela manhã, viver por toda a eternidade.

 

SOB ---------------------------------------------------------------------------------------

Relação de Lugar: ficar sob o viaduto, esconder-se sob a cama.

 

SOBRE --------------------------------------------------------------------------------

Relação de Assunto: falar sobre futebol.

Relação de Lugar: cair sobre o inimigo.

Exemplo: Saiu da sala (lugar) de costura (definição) e foi receber o sogro no (em + o) meio da sala (lugar) fazendo viravoltas com o chapéu de sol (matéria), com grande risco das jarras e do candelabro. (Machado de Assis) ®Sérgio.

 

 

 

 


Substantivos: exercícios

  Exercícios 1.     Leia as frases abaixo e sublinhe todos os substantivos. Depois, classifique cada substantivo como comum, próprio, conc...