quarta-feira, 24 de junho de 2020

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS


O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

 

Como você definiria o que é uma palavra?

 

Na língua portuguesa, uma palavra (do latim parábola, que por sua vez deriva do grego translit. parabolé) pode ser definida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. A função da palavra é representar partes do pensamento humano, e por isto ela constitui uma unidade da linguagem humana.

 

Em Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das palavras, pode-se chegar à seguinte divisão:

 

Palavras primitivas – não derivam de outras (casa, flor)
Palavras derivadas –
 derivam de outras (casebre, florzinha)
Palavras simples
 – só possuem um radical (couve, flor)
Palavras compostas
 – possuem mais de um radical (couve-flor, aguardente)

 

Apesar da definição supra, não existe uma designação técnica suficientemente precisa para "palavra", já que nem sempre é possível delimitá-la: por exemplo, pode haver "palavras dentro de palavras", como em beija-flor. Ainda, a intuição pode não ser recurso suficiente para tal delimitação, já que nem sempre a ideia (o aspecto semântico) coincidirá com a escrita (o aspecto gráfico): é o caso, por exemplo, de "de repente" e "depressa".

Quando nos referimos à palavra enquanto um conjunto de letras, ela é parte da linguagem escrita ou gráfica. Quando nos referimos à palavra enquanto um conjunto de sons, ela é parte da linguagem falada ou glótica. Em ambos os casos, este é o denominado aspecto externo ou representação material da palavra, e a este aspecto externo, material, damos o nome de vocábulo.

Quando nos referimos à palavra enquanto índice da ideia que ela representa (ou seja: quando falamos do sentido por trás da palavra escrita ou falada), estamos nos referindo ao aspecto interno ou representação imaterial da palavra, e a este aspecto interno, imaterial, damos o nome de termo.

É por isto que o correto é "explicar bem um termo", não "explicar bem um vocábulo". Do mesmo modo, o correto é "pronunciar bem um vocábulo", não "pronunciar bem um termo".

As palavras podem ser combinadas para criar frases.

Uma palavra também pode ser definida como sendo um conjunto de morfemas. Contudo, embora na língua escrita a demonstração deste conceito seja relativamente simples (e em muitos sistemas de escrita as palavras sejam delimitadas por espaços entre si), há idiomas que não usam divisores de palavras. É o caso do sânscrito (  ).

Além disto, em antigos manuscritos latinos (e japoneses em que o uso do kanji era frequente) o uso de delimitadores de palavra era optativo.

 

O QUE SÃO MORFEMAS?

Em morfologia, um morfema (gramatical) é um monema dependente, isto é, o fragmento mínimo capaz de expressar significado ou a menor unidade significativa que se pode identificar.  É um constituinte morfológico. 

As palavras, ao contrário do que pode parecer, não correspondem às menores unidades gramaticais da língua. Uma palavra pode ser constituída pela combinação de três elementos menores:

1.   Radical: parte comum que contém o significado da palavra

Exemplo: CANTar (radical: cant)

 

2.   Prefixo: partículas que vêm antes do radical.

Exemplo: INfeliz  (prefixo :in)

 

3.   Sufixo: partículas quem vêm depois do radical.

Exemplo: felizMENTE  (sufixo: mente)

 

4.   Desinência : indica flexões das palavras variáveis.

Exemplo:

Amigo: (desinência nominal de gênero masculino=o)

Amiga: (desinência nominal de gênero Feminino=a)

Amigos: (desinência nominal de número singular/plural= s)

 

5.   Vogal temática: vogal temática é um morfema cuja função essencial é ligar o radical às desinências que formam as palavras. Essa junção constitui o tema (radical + vogal temática)

 

Vogais temáticas nominais

 

Quando são átonas e se encontram no final das palavras, as vogais /A/, /E/ e /O/ são consideradas nominais. As vogais temáticas nominais juntam-se à desinência indicadora de plural.

Exemplos:

·         Mesas

·         Postos

·         Casas

Fique atento:

·         Não apresentam vogal temática as palavras terminadas em vogais tônicas (cajá, olé, bobó).

·         As vogais temáticas não devem ser confundidas com as desinências indicadoras de gênero (feminino [gata] e masculino [gato]). Será desinência quando a palavra tiver as versões feminina e masculina.

·         Com alguns substantivos não sofrem flexão de gênero, como podemos observar nas palavras “igreja” (não existe a palavra “igrejo”) e “supermercado” (não existe a palavra “supermercada”), logo, em igreja o “a” será vogal temática e em supermercado o “o” será a vogal temática, e não desinência.

 

Vogais temáticas verbais

 

Na Língua Portuguesa, existem três grupos de conjugações verbais, sendo a primeira marcada pela Vogal Temática –A, a segunda é marcada pela Vogal Temática –E, e a terceira, pela Vogal Temática –I.

Observe os exemplos abaixo:

Primeira conjugação – AR

·         amar

·         ensinar

·         voar

Segunda conjugação – ER

·         comer

·         saber

·         viver

Terceira conjugação – IR

·         parir

·         decidir

·         ouvir

 

Existem dois processos responsáveis por criar palavras: a composição e a derivação. Ou seja, a partir de  palavras primitivas como pedra, novo e mar podemos criar pedreira, novinho e marinha.

 

PROCESSOS BASICOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

1-    DERIVAÇÃO:

a)    Derivação por prefixação: acréscimo de prefixo ao radical.

Exemplo> desligar, infeliz, incapaz

 

b)    Derivação por sufixação: acréscimo de um sufixo após o radical.

Exemplo> idealizar, atuação

 

c)    Derivação por prefixação e sufixação: acréscimo de prefixo e sufixo ao radical.

Exemplo> infelizmente,

 

d)    Derivação parassintética: há o acréscimo de um prefixo e um sufixo ao radical, mas, diferente da derivação por prefixação e derivação, a palavra fica sem sentido se retirarmos  qualquer um dos dois.

Exemplo> esfriar , amaciar  (não faz sentido dizer friar ou esfri, ou, amaci ou maciar. É preciso que o prefixo e o sufixo estejam unidos para ter sentido).

 

e)    Derivação regressiva: acontece quando, a partir de um verbo, é possível formar um substantivo abstrato.

Exemplo> comprar : compra       /      embarcar: embarque

 

f)    Derivação imprópria: também chamada de conversão, é um tipo de derivação que acontece pela mudança de classe gramatical da palavra. Pode ser através da substantivação de um verbo, ou pela conversão de um adjetivo em um advérbio, etc.

Exemplo:

 verbo: Viver é muito bom.

           Substantivo: O nosso viver não deve ser compartilhado com ninguém.

          Adjetivo: O nosso amigo é alto.

          Advérbio : Ele falava muito alto.

 

2-   COMPOSIÇÃO:

a)    Por justaposição: união de duas palavras sem perda de sua autonomia fonética, ou seja, tanto a grafia quanto o som das palavras são preservados.

Exemplo:  guarda-chuva, quinta-feira, girassol, etc.

 

b)   Por aglutinação: união de duas palavras ocasionando perda fonética e mudança  na grafia.

Exemplo:

Planalto (plano+alto)

Embora (em+boa+hora)

Boquiaberta (boca+aberta)

 

 

 

EM RESUMO :

 

Palavra: GOVERNÁVAMOS

Radical: GOVERN

Vogal temática: A

Desinência indicativa de modo e tempo verbal: VA

Desinência indicativa de número e pessoa: mos


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