O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Como
você definiria o que é uma palavra?
Na língua portuguesa, uma palavra (do latim parábola, que por sua vez
deriva do grego translit. parabolé) pode ser definida
como sendo um conjunto de letras ou sons
de uma língua, juntamente com a
ideia associada a este conjunto. A função da palavra é representar partes do
pensamento humano, e por isto ela constitui uma unidade da linguagem humana.
Em
Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das palavras, pode-se
chegar à seguinte divisão:
Palavras primitivas – não derivam de outras (casa, flor)
Palavras derivadas – derivam de outras (casebre, florzinha)
Palavras simples – só possuem um radical (couve, flor)
Palavras compostas – possuem mais de um radical (couve-flor,
aguardente)
Apesar da definição supra, não existe uma designação técnica
suficientemente precisa para "palavra", já que nem sempre é possível
delimitá-la: por exemplo, pode haver "palavras dentro de palavras",
como em beija-flor. Ainda, a intuição pode não ser
recurso suficiente para tal delimitação, já que nem sempre a ideia (o aspecto semântico) coincidirá com a
escrita (o aspecto gráfico): é o caso, por
exemplo, de "de repente" e "depressa".
Quando nos referimos à
palavra enquanto um conjunto de letras, ela é parte da linguagem escrita ou gráfica.
Quando nos referimos à palavra enquanto um conjunto de sons, ela é
parte da linguagem falada ou glótica. Em ambos os casos, este é o
denominado aspecto externo ou representação material da
palavra, e a este aspecto externo, material, damos o nome de vocábulo.
Quando
nos referimos à palavra enquanto índice da ideia que ela representa (ou
seja: quando falamos do sentido por trás da palavra escrita ou
falada), estamos nos referindo ao aspecto interno ou representação
imaterial da palavra, e a este aspecto interno, imaterial, damos o
nome de termo.
É
por isto que o correto é "explicar bem um termo", não
"explicar bem um vocábulo". Do mesmo modo, o correto é
"pronunciar bem um vocábulo", não "pronunciar bem
um termo".
As
palavras podem ser combinadas para criar frases.
Uma palavra também pode ser
definida como sendo um conjunto de morfemas. Contudo, embora na língua escrita a demonstração deste conceito
seja relativamente simples (e em muitos sistemas de escrita as palavras sejam
delimitadas por espaços entre si), há idiomas que não usam divisores de
palavras. É o caso do sânscrito (
).
Além
disto, em antigos manuscritos latinos (e japoneses em
que o uso do kanji era frequente) o uso de
delimitadores de palavra era optativo.
O QUE SÃO MORFEMAS?
Em morfologia, um morfema (gramatical)
é um monema dependente,
isto é, o fragmento mínimo capaz de expressar significado ou
a menor unidade significativa que se pode identificar. É
um constituinte morfológico.
As palavras,
ao contrário do que pode parecer, não correspondem às menores unidades
gramaticais da língua. Uma palavra pode ser constituída pela combinação
de três elementos menores:
1. Radical: parte comum que contém o significado da palavra
Exemplo: CANTar (radical: cant)
2.
Prefixo:
partículas que vêm antes do radical.
Exemplo: INfeliz
(prefixo :in)
3.
Sufixo: partículas
quem vêm depois do radical.
Exemplo: felizMENTE (sufixo: mente)
4.
Desinência : indica
flexões das palavras variáveis.
Exemplo:
Amigo: (desinência nominal de gênero
masculino=o)
Amiga: (desinência nominal de gênero
Feminino=a)
Amigos: (desinência nominal de número
singular/plural= s)
5.
Vogal temática: A vogal temática é um morfema cuja função
essencial é ligar o radical às desinências
que formam as palavras. Essa junção constitui o tema (radical + vogal
temática)
Vogais
temáticas nominais
Quando
são átonas e se encontram no final das palavras, as vogais /A/, /E/ e /O/ são
consideradas nominais. As vogais temáticas nominais juntam-se
à desinência indicadora de plural.
Exemplos:
·
Mesas
·
Postos
·
Casas
Fique atento: |
·
Não apresentam vogal temática as palavras terminadas
em vogais tônicas (cajá, olé, bobó).
·
As vogais temáticas não devem
ser confundidas com as desinências indicadoras de gênero (feminino
[gata] e
masculino [gato]).
Será desinência quando a palavra tiver as versões feminina e masculina.
·
Com alguns substantivos não sofrem
flexão de gênero, como podemos observar nas palavras “igreja” (não existe a
palavra “igrejo”) e “supermercado” (não existe a palavra “supermercada”), logo,
em igreja o “a”
será vogal temática e em supermercado o “o” será a vogal temática, e não desinência.
Vogais
temáticas verbais
Na Língua
Portuguesa, existem três grupos de conjugações verbais, sendo a primeira marcada
pela Vogal Temática –A, a segunda é marcada pela Vogal
Temática –E, e a terceira, pela Vogal
Temática –I.
Observe
os exemplos abaixo:
Primeira
conjugação – AR
·
amar
·
ensinar
·
voar
Segunda
conjugação – ER
·
comer
·
saber
·
viver
Terceira
conjugação – IR
·
parir
·
decidir
·
ouvir
Existem
dois processos responsáveis por criar palavras: a composição e a derivação.
Ou seja, a partir de palavras primitivas
como pedra, novo e mar podemos criar pedreira, novinho e marinha.
PROCESSOS BASICOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
1- DERIVAÇÃO:
a)
Derivação por prefixação: acréscimo
de prefixo ao radical.
Exemplo> desligar, infeliz, incapaz
b)
Derivação por sufixação: acréscimo
de um sufixo após o radical.
Exemplo> idealizar, atuação
c)
Derivação por prefixação e sufixação: acréscimo
de prefixo e sufixo ao radical.
Exemplo> infelizmente,
d)
Derivação parassintética: há o acréscimo
de um prefixo e um sufixo ao radical, mas, diferente da derivação por
prefixação e derivação, a palavra fica sem sentido se retirarmos qualquer um dos dois.
Exemplo> esfriar , amaciar (não faz sentido dizer friar ou esfri, ou,
amaci ou maciar. É preciso que o prefixo e o sufixo estejam unidos para ter
sentido).
e)
Derivação regressiva: acontece
quando, a partir de um verbo, é possível formar um substantivo abstrato.
Exemplo> comprar : compra /
embarcar: embarque
f)
Derivação imprópria: também chamada de conversão, é um tipo de derivação que acontece
pela mudança de classe gramatical da palavra. Pode ser através da
substantivação de um verbo, ou pela conversão de um adjetivo em um advérbio,
etc.
Exemplo:
verbo:
Viver é muito bom.
Substantivo: O nosso viver não deve ser compartilhado com ninguém.
Adjetivo:
O nosso amigo é alto.
Advérbio : Ele falava muito alto.
2-
COMPOSIÇÃO:
a)
Por
justaposição: união de duas palavras sem perda de sua autonomia fonética,
ou seja, tanto a grafia quanto o som das palavras são preservados.
Exemplo: guarda-chuva,
quinta-feira, girassol, etc.
b)
Por
aglutinação: união de duas palavras ocasionando perda fonética e
mudança na grafia.
Exemplo:
Planalto (plano+alto)
Embora (em+boa+hora)
Boquiaberta (boca+aberta)
EM RESUMO :
Palavra: GOVERNÁVAMOS
Radical: GOVERN
Vogal temática:
A
Desinência
indicativa de modo e tempo verbal: VA
Desinência
indicativa de número e pessoa: mos